domingo, 17 de julho de 2011

Importância da leitura na pré-escola - Projeto de pesquisa de Fabiana da Crosi

1. TEMA E TITULO DO PROJETO

Importância da leitura na pré-escola

2. PROBLEM

Por que alguns alunos aprendem a ler com mais facilidade enquanto outros têm mais dificuldades em realizar essa tarefa.

3 JUSTIFICATIVA

O tema foi escolhido por ser de fundamental importância na vida da criança, sendo objetivo da escola e da família formar indivíduos críticos, comprometidos consigo mesmo e com a sociedade, motivados e aptos a buscar o aprendizado e o aperfeiçoamento contínuos, passando pela formação leitores competentes.

Buscando maneiras de estimular a leitura para poder construir competências necessárias para sua apreensão e produção. A leitura desenvolve um enriquecimento de vocabulário e aprimora o nível de atenção, leva a criança a usar o pensamento criativo, movimentar palavras e liberar a fantasia, antes de saber ler as palavras à criança aprende compreender o enredo de um livro pelas gravuras, sendo a primeira maneira de ler, a conotação da história é a estimulação para que a criança goste e tenha interesse pela leitura.

A criança que gosta de ler tem menos dificuldade de aprendizagem, além de ser muito criativa. A literatura infantil contribui para o crescimento emocional, cognitivo e para a identificação pessoal da criança, proporcionando ao aluno a percepção de diferentes resoluções de problemas, despertando a criatividade e a autonomia que são elementos necessários na formação de nossa sociedade atual. As situações de interação, contato e manuseio de diferentes materiais escritos são importantes para a aprendizagem da leitura e da escrita, mas será ainda mais enriquecido se este manuseio e contato forem com histórias de literatura infantil, pois os desenhos maravilhosos e os enredos instigantes que se encontram explícitos nos livros são como uma chamada, um convite que fascina a criança, proporcionando-lhe imenso prazer e interesse.

A família e a escola têm papel importante nessa fase, pois juntas tem a atribuição de mostrar para as crianças a importância da leitura. A convivência com histórias narrativas e com as ilustrações faz com que a criança desenvolva habilidades de manuseio, de entendimento e de relação entre linguagens diversas, formando referências simbólicas, afetivas e pensamentos que permanecem na memória e vão influenciar no comportamento futuro.

No intuito de desenvolver o hábito e o prazer da leitura, desde a educação infantil deve-se oferecer oportunidades de leituras variadas, leitura não apenas de textos escritos, mas a própria leitura e interpretação do mundo em que a criança está inserida e do qual faz parte como ator social.

A preocupação com o contato da criança com a leitura na escola, deve percorrer a qualidade da mediação do professor para atingir um estágio de competência na construção de sentidos na compreensão da leitura. O professor deve ter conhecimento sobre os livros, a metodologia e os tipos de comportamentos que favorecem a caminhada da criança rumo a situações produtivas.

Sendo a formação do leitor atribuição primordial da escola e a responsabilidade em maior parte entre outras instituições sociais, essa deve ter pessoal qualificado, o livre acesso, o planejamento adequado e a metodologia necessária ao trabalho eficaz com a aprendizagem da leitura, a formação do leitor e o desenvolvimento de habilidades de forma progressiva.

4. OBJETIVOS

4.1 Objetivo Geral

Analisar os objetivos da escola e da família para proporcionar o acesso ao conhecimento e a formação das crianças.

4.2 Objetivos Específicos

Identificar quais as maneiras utilizadas para estimular a capacidade de ler e o prazer pela leitura.

Verificar na prática como as crianças reagem ao contato com os livros.

Refletir qual a importância da leitura no desenvolvimento das crianças na fase de alfabetização.

5 REVISÃO DA LITERATURA

Sabe-se que com o processo de globalização e aceleração tecnológica exige-se cada vez mais do ser humano autonomia, criatividade e o desenvolvimento de crescentes habilidades e competências.

Diante disto, o Ministério da Educação desenvolveu políticas públicas para que todos possam alfabetizar-se, sendo está fundamental para o exercício da cidadania em um mundo cada vez mais competitivo e globalizado. Por outro lado, crianças que já cursaram a pré-escola e as primeiras séries iniciais ainda não possuem o domínio da leitura.

A leitura é um processo que se inicia desde a pré-escola e continua durante toda a vida do sujeito, pois as inovações postas pelas tecnologias e a própria ciência exige que sejamos eternos aprendizes.

Durante a práxis pedagógica o professor precisa inserir os alunos no universo da leitura já na pré-escola, incentivando e motivando-os para esta prática, sendo que estes devem assumir o papel de sujeitos deste processo.

Diversos são os recursos didático-metodológicos para o processo inicias da leitura. Abramovich[1] destaca, por exemplo, que histórias sem textos despertam interesse e o gosto pela leitura principalmente na pré-escola, afirmando ainda que “no Brasil, algumas décadas atrás, algumas editoras enveredaram por algumas dessas possibilidades... Depois pararam. Só recentemente recomeçaram a aparecer livros onde toda a história é contada através de imagens”.

Com esta afirmação da autora acima se pode indagar o porquê de só recentemente haver investimentos literários para a criança no Brasil? Estará isto relacionado à precariedade da leitura, onde mesmo alfabetizadas muitas crianças não conseguem desenvolver o uso social da leitura para a resolução dos problemas e desafios de seu cotidiano? A educação de qualidade como um direito de todos?

Por décadas no Brasil o acesso à educação não acontecia em nível de igualdade entre as classes sociais. Diante disto Zilberman[2] corrobora ao afirmar que a criança burguesa deveria “[...] ser preparada para assumir sua função dirigente, a criança pobre precisava ser amparada para converter-se em mão-de-obra”. Assim, a produção literária infantil era produzida em função de como cada ser humano deveria exercer sua função na sociedade. Prossegue a autora que “[...] o tipo de suporte que o livro pode oferecer provém da burguesia, o que exclui o interesse e a necessidade de representação dos males sociais”.

Na década de 90 iniciam no Brasil as discussões em torno da Educação Inclusiva, onde inclusive a Nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 enfatiza que a educação é um direito de todos, conforme Constituição Federal de 1988, e que a escola e os sistemas de ensino precisam assegurar educação de qualidade e a permanência da educação na escola.

De acordo com o disposto acima, o processo de acesso de qualidade sem distinção de classe social a aprendizagem e permanência na escola ainda é um processo lento. Se percebe através pesquisas que medem a qualidade de ensino de escolas públicas e privadas brasileiras uma grande disparidade quanto a qualidade na aprendizagem e no ensino.

O compromisso e a responsabilidade com a educação da criança perpassam pela sociedade, família e escola. Neste contexto, ao professores e gestores escolares cabe investigar e problematizar as práticas existentes para que desde a pré-escola o aluno possa participar de um processo de ensino-aprendizagem que faça parte de seu meio social e cultural e assim construa conhecimentos que possa lhe permitir uma maior inserção e inclusão social.

Em relação à leitura Barbosa[3] argumenta que:

A escola não tem levado em conta a existência desta escrita diversificada e a evolução das diversas modalidades de leitura. Ao contrário, a escola continua se preocupando exclusivamente com um modelo imutável de leitura, voltada somente à escrita dos livros, à escrita literária. É como se continuássemos vivendo com a escrita encerrada nos mosteiros e não presente na rua, nas lojas, em nossa casa.

Pesquisas realizadas por Emília Ferreiro e Ana Teberosky na década de 80 demonstram que as crianças constroem idéias sobre o sistema de escrita, leitura e escrita, muito antes de ingressarem a escola. É com o avanço das tecnologias que o acesso ao universo da leitura e da escrita esta sendo cada vez mais intensificado, são placas, autdoors, cartazes, revistas, jornais, enfim, que mesmo a criança quando não letrada está em contato. Isto se constitui em outro recurso que o professor poderá levar para a sala de aula.

Conforme o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil

“principalmente nos meios urbanos, a grande parte das crianças, desde pequenas, estão em contato com a linguagem escrita por meio de seus diferentes portadores de texto, como livros jornais, embalagens, cartazes, placa de ônibus, etc., iniciando-se no conhecimento desses materiais gráficos antes mesmo de ingressarem na instituição educativa [...][4]”.

Pensa-se que a leitura literária é fundamental para o processo de desenvolvimento da leitura, criatividade e imaginação da criança desde a pré-escola, mas o mundo letrado que a cerca como jornal, revistas, entre outras modalidades de leitura também precisam fazer parte do seu processo de ensino-aprendizagem.

A diversidade de leituras oportuniza a criança ampliar o olhar sobre o contexto que a cerca o que possibilita a ascensão a níveis mais elevados de desempenho cognitivo para que possa aplicar os conhecimentos a novas situações que se põem em sua vida. Assim, a leitura, o ato de ler exerce uma função social, além da ampliação do desenvolvimento cognitivo.

Neste sentido, a importância da leitura na pré-escola não se relaciona somente ao aperfeiçoamento da aprendizagem escolar, ela transpõe-se aos muros da escola, isto é, possibilita a criança desde o início de sua escolarização o acesso à cidadania, no momento em que oferece condições “[...] de mudar seu lugar social, seu modo de viver na sociedade, na sua inserção na cultura – sua relação com os outros, com o contexto, com os bens culturais [...][5]”.

Além das práticas pedagógicas já citadas para a aprendizagem da leitura o professor na pré-escola pode levar para o ambiente da sala de aula a leitura de imagem. Pois, pensar o ato de ler tem sido frequentemente relacionado à leitura de palavras, desta forma a leitura de imagens vem sendo excluída do processo de ensino e aprendizagem. Contudo sabe-se que nesta contemporaneidade as imagens invadem cada vez mais o nosso meio, onde muitas vezes não estamos preparados para uma observação crítica e sensível das mesmas.

Para Pillar[6]

É necessário começar a educar o olhar da criança desde a Educação Infantil, possibilitando atividades de leitura para que, além do fascínio das cores, formas, dos ritmos, ela possa compreender o modo como a gramática visual se estrutura e pensar criticamente sobre as imagens.

Diante disto, ler é muito mais do que decifrar palavras, pois também podemos ler imagens, sendo que esta é uma prática que precisa ser desenvolvida no contexto da escola. Assim, obras de arte podem e de devem estar inseridas no processo de ensino-aprendizagem da criança na pré-escola. Através delas o aluno extrai da imagem uma nova significação, construindo com ela um novo texto, exercendo desta forma a leitura, imaginação e criatividade.

Paulo Freire[7] em seus estudos destacava que a leitura de mundo precede a leitura da palavra, afirmando que “toda leitura da palavra pressupõe uma leitura anterior do mundo, e toda leitura da palavra implica a volta sobre a leitura no mundo, de tal maneira que ler mundo e ler palavra se constituíam um movimento em que não há ruptura, em que você vai e volta”. Ler obras de artes é ler o mundo em que vivemos, e conhecer a própria história, a história da humanidade.

Em relação à literatura infantil estas são “[...] um momento em que a criança pode conhecer a forma de viver, pensar, agir e o universo de valores, costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares que não o seu[8]”,

sendo importante para a construção de conhecimentos produzidos pela humanidade, bem como desenvolver a leitura do mundo que a cerca.

Ainda, o não-desenvolvimento de bons leitores limita as possibilidades de leitura do mundo, da compreensão da realidade social e da intervenção do sujeito buscando a transformação da sociedade. Ler o mundo é um processo contínuo e inacabado e, a criança desde o nascimento, esta no mundo, por isto é fundamental que a escola desde a pré-escola desenvolva a esta capacidade de leitura.

A criança não é uma tabua rasa, ou seja, um sujeito que não trás consigo conhecimentos. Ao contrário a criança ao chegar à escola trás consigo um bagagem de saberes, que construiu em seu próprio meio social. Se a criança ao chegar à escola trás consigo conhecimentos, também apresenta hipóteses sobre o ato de ler, pois este é uma prática social. Isto pode ser analisado nas palavras de Barbosa[9] quando salienta que:

Toda criança tem um repertório de conhecimentos acumulados e organizados no decorrer de suas experiências de vida. E esse acervo de conhecimentos funciona como um esquema de assimilação, como uma teoria explicativa do mundo. É a sua estrutura cognitiva. Diante de um novo objeto a criança se mobiliza, estabelecendo uma relação entre o seu acervo de conhecimento – a estrutura cognitiva – e o novo estímulo a ser aprendido.

Entretanto sabe-se que a falta de estímulo da família e a própria estrutura socioeconômica quando desfavorecida não oferecem um ambiente estimulador e motivador para o acesso a leitura e a criança tende a possuir maiores dificuldades. No entanto cabe a escola e ao professor inserir estas crianças nos diversos gêneros de texto incentivando-as a construir novos conhecimentos sobre o funcionamento da leitura e da própria escrita. Contudo, mesmo sendo esta criança pertencente ao meio social e econômico desfavorecido ela esta em contado com a leitura, talvez não em sua família, mas em outros setores ou espaços da sociedade, como ruas, praças, supermercados...

Sabendo que a construção da leitura é um processo contínuo e complexo é preciso que a criança passe antes por uma série de etapas em seu desenvolvimento, tornando-se então preparada. Respeitar o período preparatório dará a criança o suporte necessário para que ela prossiga sem apresentar grandes problemas. Uma criança sem o preparo necessário pode apresentar durante a alfabetização, dificuldades relacionadas à coordenação motora fina e pode ainda ter problemas em relação ao sistema de escrita.

Assim, a literatura infantil, leitura de imagens do cotidiano e obras de artes proporciona o aprendizado da leitura de forma natural, pois estas estão presentes em nosso meio e, quando não a estão cabe ao professor possibilitar este acesso.

A pré-escola precisa possibilitar a criança inicio da aprendizagem acerca da leitura e da escrita, principalmente aqueles que não possuem o mesmo acesso e livros, revistas, internet, entre outros, e, o hábito da leitura no ambiente familiar. Ainda, a criança pode construir o aprendizado sobre o que é ler, qual sua importância e função em nossa sociedade.

Para Rosa[10] “as crianças aprendem a ler ao interagirem com os diferentes tipos de textos e, para que isto ocorra, não é preciso que primeiro dominem a base alfabética. O professor, ou outro leitor pode colocá-las em contato com os diferentes tipos de textos quando lê para elas”.

A diversidade de textos que o professor pode apresentar a criança na pré-escola, dos quais foram citados durante o texto, podem permitir o aprendizado a cerca da leitura, bem como da escrita, contudo, precisa levar em conta a ludicidade, da qual esta é importante para o desenvolvimento psico-social e cognitivo da criança.

Neste sentido, Zilberman e Magalhães enfatizam que:

A preocupação de situar a leitura no conjunto de atividades desenvolvidas pela criança conduz a pensar o lugar da ação infantil nas relações sociais, porque o espaço por ela ocupado determina a possibilidade e a restrição de qualquer exercício, um das ações mais ligas à caracterização da infância é jogar. [...] Pensar a literatura infantil a partir da atividade que a criança desenvolver quando lê um texto condiz ao exame da relação que pode haver entre o ato lúdico característico da infância e a iniciação literária, particularmente a experiência com a poesia,

Pensar a ludicidade no aprendizado da leitura não se relaciona somente a textos literários, mas a todos os gêneros de textos e possibilidades de leitura. Assim aprender a ler na pré-escola não se relaciona ao aprendizado isolado de letras, mas permitir a criança através da oralidade, da observação à leitura.

Neste contexto

“ter acesso à boa leitura é dispor de uma informação cultural que alimenta a imaginação e desperta o prazer pela leitura. A intenção de fazer com que as crianças, desde cedo apreciem o momento de sentar para ouvir história, [apreciar-ler obras de artes, entre outras possibilidades de texto] exige que o professor, como leitor, preocupe-se me lê-la com interesse, criando um ambiente agradável e convidativo à escuta atenta, mobilizando a expectativa das, crianças, permitindo que elas olhem o texto, [e apreciem][11].

As Artes são instrumentos riquíssimos que professores possuem para desenvolver a leitura, como também a escrita, na pré-escola. Pois, além da literatura, e das artes plásticas, a música e a poesia apreciadas pelas crianças. A poesia possui estreita relação com a música, podendo se dizer que toda letra musical nasce de uma poesia.

Assim, na escola as crianças podem compor música oralmente, onde o professor poderá ir registrando. Ainda, transformar poesia em música, por exemplo. Isto possibilita que a criança “explore e identifique elementos da música para se expressar e interagir, com os outros, ampliando seus conhecimentos do mundo; percebendo e expressando sensações, sentimentos e pensamentos por meio de improvisações, composições e interpretações musicais[12]”.

Para a leitura na pré-escola é fundamental que a criança tenha, tanto na música, artes visuais, cartazes, placas, revistas, jornais ou literatura um lugar para ser ouvinte/leitor de forma ativa e participativa no texto, ou seja, que estes tipos de texto ofereçam espaço para o aluno possa imaginar, criar, sendo um co-autor do texto.

O fato de a criança não ter ainda uma leitura sistematiza das palavras impressas impõem a necessidade de que os professores promovam situações que a propiciem a interação com o universo da leitura. E, é diante de ainda não saber ler as palavras escritas, que a leitura de imagem, como as arte visuais, além de proporcionar o conhecimento do mundo, estimula a imaginação, criatividade, amplia o vocabulário da criança permitindo que escreva textos oralmente, bem como na continuação da escolarização lhe permitira habilidade e capacidade para a produção de textos.

Diante disto é necessário que a escola leve “em conta a existência diversificada e a evolução das diversas modalidades de leitura[13]”. Rever os conceitos sobre a leitura nos ambientas escolares da pré-escola são urgentes e fundamentais, pois

é inconcebível imaginar que só se possa ler um cartaz, uma revista, um cardápio depois de se aprender a ler. Na verdade, esta concepção exclui do processo de aprendizagem exatamente as situações para as quais esta aprendizagem é fundamental. Se excluirmos a escrita social da aprendizagem da leitura como vamos reencontrá-la?[14]

Contudo tanto pais quanto professores geralmente preocupado com a educação dos filhos/alunos, priorizam textos que veiculam um ensinamento explícito e se afastam do artístico, da possibilidade de leituras que os cartazes, as placas nas lojas e ruas oportunizam. Assim, a leitura que passa a ter exclusividades é a literária.

Ler passa pela educação do olhar, sendo imprescindível para o ser humano e sue aprendizado precisa iniciar já na pré-escola. Mas o que seria esta educação do olhar? Os sujeitos se defrontam com imagens em diferentes contextos em sua vida, principalmente nesta contemporaneidade onde as tecnologias intensificaram as projeções de imagens, sendo necessário compreendê-las.

Entretanto para isto é preciso um aprendizado que contemple as especificidades da linguagem visual, como é preciso especificidades para a leitura da palavra. Este aprendizado que contempla a leitura visual é importante porque permite o desenvolvimento de um olhar sensível, curioso, de descoberta que se encanta com as cores, as formas, as linhas, os tons, as luzes, enfim com muitas e infinitas imagens que fazem parte da nossa cultura visual. Um olhar que também pensa, analisa, interpreta e questiona essas imagens, ou seja, um olhar ao mesmo tempo encantado e crítico.

Portanto, a leitura na pré-escola é fundamental para o desenvolvimento da criança, através dela exerce-se a cidadania, pois a leitura é uma prática social que o ser humano desenvolveu para viver em sociedade. Contudo a leitura na escola precisa abordar as diversas possibilidades de textos e, com isto não só privilegiar o texto literário.

6 METODOLOGIA

O presente trabalho teve como abordagem metodológica do ponto de vista do problema a pesquisa qualitativa. A pesquisa qualitativa produz relação dinâmica entre o real e o sujeito não podendo ser traduzida em números, sendo a interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados básicos em seu processo de desenvolvimento.

Para Martins (2009, p. 289) na pesquisa qualitativa

O papel dos cientistas deve ser, portanto, o de fornecer um conhecimento que ajude o outro a se fortalecer como sujeito autônomo capaz de elaborar seu próprio projeto político. A autonomia dos sujeitos pressupõe precisamente a liberdade no uso da razão. Não cabe ao cientista reforçar ideologias existentes, mas fornecer instrumentos para desvendá-las e superá-las.

Do ponto de vista da natureza foi utilizada a pesquisa básica da qual objetiva gerar conhecimentos novos úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista. Envolveu verdades e interesses universais.

Quanto aos procedimentos técnicos foi abordada a pesquisa bibliográfica, visto que esta “se desenvolve tentando explicar um problema, utilizando o conhecimento disponível a partir de teorias já publicadas em livros [...]”(KOCHE, 1997, p. 122), artigos, periódicos e materiais disponibilizados na internet acerca da “Importância da leitura na pré-escola”.

Afirmam Guth e Pinto (2007, p. 48) ao citar Cervo e Bervian que a pesquisa bibliográfica “[...] é o meio de formação por excelência e constitui o procedimento básico par os estudos monográficos, pelos quais se busca o domínio sobre determinado tema, constituindo, geralmente o primeiro passo para qualquer pesquisa cientifica”.

De acordo com Gil (2002, p. 45)

A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente. Essa vantagem torna-se particularmente importante quando o problema de pesquisa requer dados muito dispersos pelo espaço.

Ainda em relação aos procedimentos técnicos foram realizados em uma escola da Rede Estadual de Ensino na cidade de Vacaria, estado do Rio Grande do Sul o levantamento de informações através de entrevistas com dois professores que atuam na pré-escola e alunos, visando com isto, identificar a práxis utilizada para estimular a capacidade de ler e o prazer pela leitura, bem como, perceber como as crianças reagem ao contato com os livros, objetivando conhecer esta realidade.

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil: gostosuras e bobices. Rio de Janeiro: Editora Scipione, 1989.

BARBOSA, José Juvêncio. Alfabetização e Leitura. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 1994.

BRASIL. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasileira: MEC/SEF, 1998.

FREIRE, Paulo. Alfabetização: Leitura do mundo, leitura da palavra. Rio Janeiro: Paz e Terra, 1990.

GIL, Antonio C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª ed. São PAULO: Atlas, 2002.

GUTH, Sergio C; PINTO, Marcos M. Desmistificando a produção dos textos científicos com os fundamentos da metodologia científica. São Paulo: Scortecci, 2007.

KOCHE, José C. Fundamentos de Metodologia Científica. 15ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997, p. 122.

MARTINS, Heloisa Helena T. de Souza. Metodologia qualitativa de pesquisa. Educação e Pesquisa, São Paulo, v30, n2, p. 289-300, maio/ago, de 2004. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/ep/v30n2/v30n2a07.pdf, acesso em: 17 de ago. 2009.

PILLAR, Analice D. (org.). A educação do olhar no ensino das artes. Porto Alegre: Mediação, 2002.

ROSA, Maria da Conceição de Carvalho. Uma história de buscas e desafios: a formação de professores no Centro de Atividades Comunitárias de São João de Meriti – CAC. Dissertação de Mestrado em Educação. Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2002.

SOARES, Magda. Letramento: Um tema em três gêneros. 2ª ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.

ZILBERMAN, Regina. A Literatura Infantil na Escola. 11ª ed. São Paulo: Global, 2003.



[1] ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil: gostosuras e bobices. Rio de Janeiro: Editora Scipione, 1989, p. 26.

[2] ZILBERMAN, Regina. A Literatura Infantil na Escola. 11ª ed. São Paulo: Global, 2003, p. 59.

[3] BARBOSA, José Juvêncio. Alfabetização e Leitura. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 1994, p. 115.

[4] BRASIL. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasileira: MEC/SEF, 1998, p. 121-122.

[5] SOARES, Magda. Letramento: Um tema em três gêneros. 2ª ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2006, p. 37.

[6] PILLAR, Analice D. (org.). A educação do olhar no ensino das artes. Porto Alegre: Mediação, 2002, p. 81.

[7] FREIRE, Paulo. Alfabetização: Leitura do mundo, leitura da palavra. Rio Janeiro: Paz e Terra, 1990, p. 15.

[8] BRASIL, Op. Cit., p. 143.

[9] BARBOSA, Op. Cit., p. 71.

[10] ROSA, Maria da Conceição de Carvalho. Uma história de buscas e desafios: a formação de professores no Centro de Atividades Comunitárias de São João de Meriti – CAC. Dissertação de Mestrado em Educação. Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2002, p. 87.

[11] BRASIL, Op. Cit., p. 143.

[12] BRASIL, Op. Cit., p. 55.

[13] BARBOSA, Op. Cit. p. 115.

[14] BARBOSA, Op. Cit., p. 115.

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